quarta-feira, 21 de abril de 2010

Características do conto

Olá 8as. séries!

Ai vão as características do gênero Conto para guiá-los em seus trabalhos.

Lembrem-se:

1. Leiam atentamente o "Conto de escola" de Machado de Assis, procurando no dicionário as palavras desconhecidas;

2. Faça uma análise do conto a partir das Características Gerais do Conto postada abaixo;

3. A seguir, Escreva um conto com o título "Conto de escola" narrando um fato interessante ocorrido durante a sua vida escolar. Esse fato pode ter tido você, um colega, um professor como personagem principal. Atenção na escolha do foco narrativo.

4. Os itens 2 e 3 deverão ser entregues como parte da avaliação bimestral em data que combinaremos na próxima aula.

Jusara

A estrutura do conto
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Por conto entenda-se:
a) Narração falada ou escrita de um acontecimento.
b) Narração de uma história ou historieta imaginada.

Extensão

O Conto é, antes de tudo, curto, e, por ser curto, conciso (a história é resumida, breve) . Não há tempo para grandes detalhes. Um conto deve estar contido entre algumas palavras (no caso de micro contos) até um máximo de cinco a seis mil palavras.

Momento especial

A história narrada em um conto é um recorte (um momento) da vida do(s) personagem(s). É importante que exista algo especial na representação daquele recorte da vida que gera o conto, o flagrante de um determinado instante que de alguma forma interesse ao leitor. Seja pela novidade, pela surpresa, pelo inusitado, pelo cômico ou pelo trágico de uma situação.

Linhas Dramáticas

Enquanto que num romance pode haver várias linhas de desenvolvimento, como por exemplo, ocorrendo o eixo principal da trama em torno do protagonista, enquanto outras linhas se constroem em torno de personagens secundários e do antagonista (imaginem uma novela) no caso do conto esta linha é única.

Tensão

A tensão é uma forma de imprimir intensidade à narrativa. Em vez de os fatos se desenrolarem de uma vez, o autor vai desvendando aos poucos o que conta, usa a técnica do suspense, adia a resolução da ação e instiga a curiosidade do leitor.

Espaço

O Espaço deve ser reduzido, no geral, uma sala, ou mesmo um quarto de dormir, basta para que se organize o enredo. No máximo, uma casa, uma rua. Um deslocamento maior, o que seria muito raro, pode advir da necessidade imposta pelo conflito. Tome como exemplo o conto “venha ver o por do sol” de Lygia Fagundes Teles: o espaço é o cemitério abandonado e a rua que dá acesso a ele.

Tempo

No conto o Tempo é curto: horas e, quando muito, dias. Não interessa ao conto o passado ou o futuro das personagens. O contista pode fazer uso de um tempo referido: “passaram-se semanas...”. Esse longo tempo referido aparece, assim, na forma de síntese dramática.

Foco Narrativo

Já vimos que o conto é essencialmente objetivo e, por isso, costuma ser narrado na terceira pessoa em uma dessas situações:
1. O escritor, como observador, conta a história.
2. O escritor, como observador analítico ou onisciente (sabedor de tudo), conta história.
Entretanto, a primeira pessoa também pode ser empregada da seguinte maneira: A personagem principal conta a história; ou uma personagem secundária conta a história da personagem central.

Personagens

O conto estabelece-se com um reduzido número de personagens, normalmente duas ou três. Quaisquer outras irão desempenhar funções secundárias. As personagens centrais não exibem complexidade de caráter, isto é, são previsíveis em suas atitudes, pois a brevidade do conto não lhe dá tempo suficiente para mostrar uma faceta imprevisível.

O Diálogo

A linguagem deve também ser objetiva e utilizar metáforas simples e de imediata compreensão para o leitor. Deve-se evitar uma quantidade excessiva de palavras e fluências, principalmente, para dizer coisas de pouca importância, ou de pouco conteúdo. O conto prefere a concisão na linguagem. Quanto ao discurso, deve ser, tanto quanto possível, dialogado. Como os conflitos residem nas falas das personagens, sem diálogo não há discórdia, desavença ou mal-entendido, e sem isso não há conflito, não há ação.

O conto tem preferência pelo diálogo direto porque põe o leitor diante dos fatos, como participante direto e interessado. A comunicação entre o leitor e a narrativa é instantânea. O indireto aparece menos, e assim mesmo, só nos casos em que não vale a pena transcrevê-los diretamente.

Final enigmático

O mais comum é o conto com uma estrutura tradicional, com introdução, desenvolvimento e desfecho.
O final deve sempre ser uma surpresa, a resolução de um enigma, ou a inversão de uma situação que deveria seguir em direção oposta, ou que pareceria sem solução.
O suspense deve ser mantido até o último parágrafo, quando, depois de prender o leitor através de toda a sua leitura, o autor lhe proporcione a risada, o susto ou a surpresa (o grito inumano de Rachel em “Venha ver o por do sol” de Lygia Fagundes Telles).