quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Negrinha

Olá pessoal das 7as. B e C,

Leia o texto Negrinha, de Monteiro Lobato, e produza um texto comentando este conto e contextualizando-o com as situações encontradas pelos negros após a abolição da escravidão, inclusive o posicionamento de Da. Inácia em relação à "igualdade" entre os cidadãos recém libertos e os brancos.

Data de entrega: 05/10, impreterivelmente.


Negrinha


Monteiro Lobato


Negrinha era uma pobre órfã de sete anos. Preta? Não; fusca, mulatinha escura, de cabelos ruços e olhos assustados.

Nascera na senzala, de mãe escrava, e seus primeiros anos vivera-os pelos cantos escuros da cozinha, sobre velha esteira e trapos imundos. Sempre escondida, que a patroa não gostava de crianças.

Excelente senhora, a patroa. Gorda, rica, dona do mundo, amimada dos padres, com lugar certo na igreja e camarote de luxo reservado no céu. Entaladas as banhas no trono (uma cadeira de balanço na sala de jantar), ali bordava, recebia as amigas e o vigário, dando audiências, discutindo o tempo. Uma virtuosa senhora em suma — “dama de grandes virtudes apostólicas, esteio da religião e da moral”, dizia o reverendo.

Ótima, a dona Inácia.

Mas não admitia choro de criança. Ai! Punha-lhe os nervos em carne viva. Viúva sem filhos, não a calejara o choro da carne de sua carne, e por isso não suportava o choro da carne alheia. Assim, mal vagia, longe, na cozinha, a triste criança, gritava logo nervosa:

— Quem é a peste que está chorando aí?

Quem havia de ser? A pia de lavar pratos? O pilão? O forno? A mãe da criminosa abafava a boquinha da filha e afastava-se com ela para os fundos do quintal, torcendo-lhe em caminho beliscões de desespero.

— Cale a boca, diabo!

No entanto, aquele choro nunca vinha sem razão. Fome quase sempre, ou frio, desses que entanguem pés e mãos e fazem-nos doer...

Assim cresceu Negrinha — magra, atrofiada, com os olhos eternamente assustados. Órfã aos quatro anos, por ali ficou feito gato sem dono, levada a pontapés. Não compreendia a idéia dos grandes. Batiam-lhe sempre, por ação ou omissão. A mesma coisa, o mesmo ato, a mesma palavra provocava ora risadas, ora castigos. Aprendeu a andar, mas quase não andava. Com pretextos de que às soltas reinaria no quintal, estragando as plantas, a boa senhora punha-a na sala, ao pé de si, num desvão da porta.

— Sentadinha aí, e bico, hein?

Negrinha imobilizava-se no canto, horas e horas.

— Braços cruzados, já, diabo!

Cruzava os bracinhos a tremer, sempre com o susto nos olhos. E o tempo corria. E o relógio batia uma, duas, três, quatro, cinco horas — um cuco tão engraçadinho! Era seu divertimento vê-lo abrir a janela e cantar as horas com a bocarra vermelha, arrufando as asas. Sorria-se então por dentro, feliz um instante.

Puseram-na depois a fazer crochê, e as horas se lhe iam a espichar trancinhas sem fim.

Que idéia faria de si essa criança que nunca ouvira uma palavra de carinho? Pestinha, diabo, coruja, barata descascada, bruxa, pata-choca, pinto gorado, mosca-morta, sujeira, bisca, trapo, cachorrinha, coisa-ruim, lixo — não tinha conta o número de apelidos com que a mimoseavam. Tempo houve em que foi a bubônica. A epidemia andava na berra, como a grande novidade, e Negrinha viu-se logo apelidada assim — por sinal que achou linda a palavra. Perceberam-no e suprimiram-na da lista. Estava escrito que não teria um gostinho só na vida — nem esse de personalizar a peste...

O corpo de Negrinha era tatuado de sinais, cicatrizes, vergões. Batiam nele os da casa todos os dias, houvesse ou não houvesse motivo. Sua pobre carne exercia para os cascudos, cocres e beliscões a mesma atração que o ímã exerce para o aço. Mãos em cujos nós de dedos comichasse um cocre, era mão que se descarregaria dos fluidos em sua cabeça. De passagem. Coisa de rir e ver a careta...

A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças. Vinha da escravidão, fora senhora de escravos — e daquelas ferozes, amigas de ouvir cantar o bolo e estalar o bacalhau. Nunca se afizera ao regime novo — essa indecência de negro igual a branco e qualquer coisinha: a polícia! “Qualquer coisinha”: uma mucama assada ao forno porque se engraçou dela o senhor; uma novena de relho porque disse: “Como é ruim, a sinhá!”...

O 13 de Maio tirou-lhe das mãos o azorrague, mas não lhe tirou da alma a gana. Conservava Negrinha em casa como remédio para os frenesis. Inocente derivativo:

— Ai! Como alivia a gente uma boa roda de cocres bem fincados!...

Tinha de contentar-se com isso, judiaria miúda, os níqueis da crueldade. Cocres: mão fechada com raiva e nós de dedos que cantam no coco do paciente. Puxões de orelha: o torcido, de despegar a concha (bom! bom! bom! gostoso de dar) e o a duas mãos, o sacudido. A gama inteira dos beliscões: do miudinho, com a ponta da unha, à torcida do umbigo, equivalente ao puxão de orelha. A esfregadela: roda de tapas, cascudos, pontapés e safanões a uma — divertidíssimo! A vara de marmelo, flexível, cortante: para “doer fino” nada melhor!

Era pouco, mas antes isso do que nada. Lá de quando em quando vinha um castigo maior para desobstruir o fígado e matar as saudades do bom tempo. Foi assim com aquela história do ovo quente.

Não sabem! Ora! Uma criada nova furtara do prato de Negrinha — coisa de rir — um pedacinho de carne que ela vinha guardando para o fim. A criança não sofreou a revolta — atirou-lhe um dos nomes com que a mimoseavam todos os dias.

— “Peste?” Espere aí! Você vai ver quem é peste — e foi contar o caso à patroa.

Dona Inácia estava azeda, necessitadíssima de derivativos. Sua cara iluminou-se.

— Eu curo ela! — disse, e desentalando do trono as banhas foi para a cozinha, qual perua choca, a rufar as saias.

— Traga um ovo.

Veio o ovo. Dona Inácia mesmo pô-lo na água a ferver; e de mãos à cinta, gozando-se na prelibação da tortura, ficou de pé uns minutos, à espera. Seus olhos contentes envolviam a mísera criança que, encolhidinha a um canto, aguardava trêmula alguma coisa de nunca visto. Quando o ovo chegou a ponto, a boa senhora chamou:

— Venha cá!

Negrinha aproximou-se.

— Abra a boca!

Negrinha abriu aboca, como o cuco, e fechou os olhos. A patroa, então, com uma colher, tirou da água “pulando” o ovo e zás! na boca da pequena. E antes que o urro de dor saísse, suas mãos amordaçaram-na até que o ovo arrefecesse. Negrinha urrou surdamente, pelo nariz. Esperneou. Mas só. Nem os vizinhos chegaram a perceber aquilo. Depois:

— Diga nomes feios aos mais velhos outra vez, ouviu, peste?

E a virtuosa dama voltou contente da vida para o trono, a fim de receber o vigário que chegava.

— Ah, monsenhor! Não se pode ser boa nesta vida... Estou criando aquela pobre órfã, filha da Cesária — mas que trabalheira me dá!

— A caridade é a mais bela das virtudes cristas, minha senhora —murmurou o padre.

— Sim, mas cansa...

— Quem dá aos pobres empresta a Deus.

A boa senhora suspirou resignadamente.

— Inda é o que vale...

Certo dezembro vieram passar as férias com Santa Inácia duas sobrinhas suas, pequenotas, lindas meninas louras, ricas, nascidas e criadas em ninho de plumas.

Do seu canto na sala do trono, Negrinha viu-as irromperem pela casa como dois anjos do céu — alegres, pulando e rindo com a vivacidade de cachorrinhos novos. Negrinha olhou imediatamente para a senhora, certa de vê-la armada para desferir contra os anjos invasores o raio dum castigo tremendo.

Mas abriu a boca: a sinhá ria-se também... Quê? Pois não era crime brincar? Estaria tudo mudado — e findo o seu inferno — e aberto o céu? No enlevo da doce ilusão, Negrinha levantou-se e veio para a festa infantil, fascinada pela alegria dos anjos.

Mas a dura lição da desigualdade humana lhe chicoteou a alma. Beliscão no umbigo, e nos ouvidos, o som cruel de todos os dias: “Já para o seu lugar, pestinha! Não se enxerga”?

Com lágrimas dolorosas, menos de dor física que de angústia moral —sofrimento novo que se vinha acrescer aos já conhecidos — a triste criança encorujou-se no cantinho de sempre.

— Quem é, titia? — perguntou uma das meninas, curiosa.

— Quem há de ser? — disse a tia, num suspiro de vítima. — Uma caridade minha. Não me corrijo, vivo criando essas pobres de Deus... Uma órfã. Mas brinquem, filhinhas, a casa é grande, brinquem por aí afora.

— Brinquem! Brincar! Como seria bom brincar! — refletiu com suas lágrimas, no canto, a dolorosa martirzinha, que até ali só brincara em imaginação com o cuco.

Chegaram as malas e logo:

— Meus brinquedos! — reclamaram as duas meninas.

Uma criada abriu-as e tirou os brinquedos.

Que maravilha! Um cavalo de pau!... Negrinha arregalava os olhos. Nunca imaginara coisa assim tão galante. Um cavalinho! E mais... Que é aquilo? Uma criancinha de cabelos amarelos... que falava “mamã”... que dormia...

Era de êxtase o olhar de Negrinha. Nunca vira uma boneca e nem sequer sabia o nome desse brinquedo. Mas compreendeu que era uma criança artificial.

— É feita?... — perguntou, extasiada.

E dominada pelo enlevo, num momento em que a senhora saiu da sala a providenciar sobre a arrumação das meninas, Negrinha esqueceu o beliscão,o ovo quente, tudo, e aproximou-se da criatura de louça. Olhou-a com assombrado encanto, sem jeito, sem ânimo de pegá-la.

As meninas admiraram-se daquilo.

— Nunca viu boneca?

— Boneca? — repetiu Negrinha. — Chama-se Boneca?

Riram-se as fidalgas de tanta ingenuidade.

— Como é boba! — disseram. — E você como se chama?

— Negrinha.

As meninas novamente torceram-se de riso; mas vendo que o êxtase da bobinha perdurava, disseram, apresentando-lhe a boneca:

— Pegue!

Negrinha olhou para os lados, ressabiada, como coração aos pinotes. Que ventura, santo Deus! Seria possível? Depois pegou a boneca. E muito sem jeito, como quem pega o Senhor menino, sorria para ela e para as meninas, com assustados relanços de olhos para a porta. Fora de si, literalmente... era como se penetrara no céu e os anjos a rodeassem, e um filhinho de anjo lhe tivesse vindo adormecer ao colo. Tamanho foi o seu enlevo que não viu chegar a patroa, já de volta. Dona Inácia entreparou, feroz, e esteve uns instantes assim, apreciando a cena.

Mas era tal a alegria das hóspedes ante a surpresa extática de Negrinha, e tão grande a força irradiante da felicidade desta, que o seu duro coração afinal bambeou. E pela primeira vez na vida foi mulher. Apiedou-se.

Ao percebê-la na sala Negrinha havia tremido, passando-lhe num relance pela cabeça a imagem do ovo quente e hipóteses de castigos ainda piores. E incoercíveis lágrimas de pavor assomaram-lhe aos olhos.

Falhou tudo isso, porém. O que sobreveio foi a coisa mais inesperada do mundo — estas palavras, as primeiras que ela ouviu, doces, na vida:

— Vão todas brincar no jardim, e vá você também, mas veja lá, hein?

Negrinha ergueu os olhos para a patroa, olhos ainda de susto e terror. Mas não viu mais a fera antiga. Compreendeu vagamente e sorriu.

Se alguma vez a gratidão sorriu na vida, foi naquela surrada carinha...

Varia a pele, a condição, mas a alma da criança é a mesma — na princesinha e na mendiga. E para ambos é a boneca o supremo enlevo. Dá a natureza dois momentos divinos à vida da mulher: o momento da boneca — preparatório —, e o momento dos filhos — definitivo. Depois disso, está extinta a mulher.

Negrinha, coisa humana, percebeu nesse dia da boneca que tinha uma alma. Divina eclosão! Surpresa maravilhosa do mundo que trazia em si e que desabrochava, afinal, como fulgurante flor de luz. Sentiu-se elevada à altura de ente humano. Cessara de ser coisa — e doravante ser-lhe-ia impossível viver a vida de coisa. Se não era coisa! Se sentia! Se vibrava!

Assim foi — e essa consciência a matou.

Terminadas as férias, partiram as meninas levando consigo a boneca, e a casa voltou ao ramerrão habitual. Só não voltou a si Negrinha. Sentia-se outra, inteiramente transformada.

Dona Inácia, pensativa, já a não atazanava tanto, e na cozinha uma criada nova, boa de coração, amenizava-lhe a vida.

Negrinha, não obstante, caíra numa tristeza infinita. Mal comia e perdera a expressão de susto que tinha nos olhos. Trazia-os agora nostálgicos, cismarentos.

Aquele dezembro de férias, luminosa rajada de céu trevas adentro do seu doloroso inferno, envenenara-a.

Brincara ao sol, no jardim. Brincara!... Acalentara, dias seguidos, a linda boneca loura, tão boa, tão quieta, a dizer mamã, a cerrar os olhos para dormir. Vivera realizando sonhos da imaginação. Desabrochara-se de alma.

Morreu na esteirinha rota, abandonada de todos, como um gato sem dono. Jamais, entretanto, ninguém morreu com maior beleza. O delírio rodeou-a de bonecas, todas louras, de olhos azuis. E de anjos... E bonecas e anjos remoinhavam-lhe em torno, numa farândola do céu. Sentia-se agarrada por aquelas mãozinhas de louça — abraçada, rodopiada.

Veio a tontura; uma névoa envolveu tudo. E tudo regirou em seguida, confusamente, num disco. Ressoaram vozes apagadas, longe, e pela última vez o cuco lhe apareceu de boca aberta.

Mas, imóvel, sem rufar as asas.

Foi-se apagando. O vermelho da goela desmaiou...

E tudo se esvaiu em trevas.

Depois, vala comum. A terra papou com indiferença aquela carnezinha de terceira — uma miséria, trinta quilos mal pesados...

E de Negrinha ficaram no mundo apenas duas impressões. Uma cômica, na memória das meninas ricas.

— “Lembras-te daquela bobinha da titia, que nunca vira boneca?”

Outra de saudade, no nó dos dedos de dona Inácia.

— “Como era boa para um cocre!...”

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Modelo de Conjugação dos Verbos Regulares

Olá pessoal,

No site abaixo vocês encontrarão os modelos de conjugação dos verbos regulares.

http://blog.educacaoadventista.org.br/simeiamartins/index.php?op=post&idpost=3&titulo=MODELO+DE+CONJUGACAO+VERBAL

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Concordância Verbal

Concordância Verbal - Casos especiais

1. Sujeito Composto anteposto: normalmente o verbo vai para o plural:
A mão de obra e o material aumentaram de preço.

2. Quando o sujeito anteposto é resumido por TUDO, NADA, ALGUÉM, NINGUÉM, CADA UM, o verbo fica sempre no singular: O horário, o clima, o local, nada nos favorecia.

3. Sujeito composto posposto: o verbo pode ir para o plural ou pode concordar com o núcleo do sujeito mais próximo:
Passarão o céu e a terra.
Passará o céu e a terra.

4. Sujeito composto de pessoas diferentes: o verbo vai para o plural na pessoa de número mais baixo: Eu, tu e ele sairemos agora.
Tu e ele saireis agora.

5. Verbos DAR, BATER e SOAR, na indicação de horas, concordam com o número de horas, que normalmente são os sujeitos desses verbos:
Deu uma hora.
Deram dez horas.

6. Sujeito COLETIVO singular: o verbo fica no singular.
O bando planejava o assalto.
A maioria votou no partido da extrema esquerda.

7. Sujeito formado por nome próprio plural:
a) se não precedidos de artigo, o verbo fica no singular:
Vassouras fica no Estado do Rio de Janeiro.
b) se precedidos de artigo, o verbo concorda com o artigo:
Os Estados Unidos são uma potência econômica.
OBS: se tais nomes próprios forem títulos de obras, o verbo pode ficar no singular ou no plural : "Os Lusíadas" é uma obra magnífica OU "Os Lusíadas" são uma obra magnífica.

8) Expressões MAIS DE/MENOS DE no sujeito, o verbo concorda com o numeral que a(s) segue(m): Mais de um aluno foi reprovado.
Mais de dez alunos foram reprovados.

9) Sujeito com a palavra OU:
a) OU- criando uma relação de exclusividade - o verbo fica no singular:
Adriana ou Paula será eleita "Miss Administração".
b) OU- não cria uma relação de exclusividade - o verbo vai para o plural:
Matemática ou Física exigem muito estudo.

10) Verbo PARECER seguido de infinitivo: flexiona-se um ou outro, se o sujeito for palavra plural. Ex.:
Os montes parecem cair.
Os montes parece caírem.

11) VERBOS IMPESSOAIS (=sem sujeito) ficam sempre na 3a. pessoa do singular. São exemplos desses verbos: HAVER= no sentido de tempo decorrido e de existir; FAZER= tempo decorrido; VERBOS QUE INDICAM FENÔMENOS NATURAIS. Ex.:
Faz frio.
Há um século a Ciência domina a humanidade.

12) Concordância do verbo SER:
a) O verbo concorda ou com o sujeito ou com o predicativo (tanto faz); no entanto, se um deles se refere a alguém, é com este que o verbo deve concordar.
Tudo é ilusões/ Tudo são ilusões.
Seu orgulho eram os velhinhos.
b) nas indicações das horas, o verbo ser é impessoal, concordando com a quantidade de horas.
É meio-dia e meia.
São dez horas.
c) Nas expressões indicativas de quantidade - É POUCO, é MUITO, é BASTANTE, é SUFICIENTE - o verbo ser fica invariável.
Dez quilos é pouco.
Três toneladas de carne não é suficiente para um dinossauro.

Estes são os casos mais importantes de Concordância Verbal.
Concordância Nominal
I- CONCORDÂNCIA DO ADJETIVO COM O SUBSTANTIVO Regra Geral: o adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo.
1. Adjetivo posposto a dois ou mais substantivos:
a) o adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo mais próximo se apenas a ele se refere: Lá estava o cavalo e a casa DESTELHADA.
b) irá para o plural se sua referência se estender a todos; se todos os substantivos são do mesmo gênero, este será conservado: Aquele foi um beijo e um abraço DEMORADOS.
Ela tem roupa e casa LIMPAS. / Pelé e Amarildo saíram CABISBAIXOS.
. se os gêneros são diferentes, receberá o adjetivo flexão masculina:
Mulher e marido BRIGUENTOS devem ter paciência.
c) o adjetivo concorda em gênero e número com o mais próximo:
. quando os substantivos são sinônimos entre si: O furor e a raiva HUMANA podem matar.
. quando os substantivos se alinham em gradação: A inteligência, o esforço, a dedicação EXTRAORDINÁRIA venceu tudo.

2. Adjetivo anteposto a dois ou mais substantivos:
a) quase sempre concorda com o substantivo mais próximo em gênero e número:
Escolheste MAU lugar e hora para falar no assunto.
AROMÁTICAS rosas e cravos adornam o jardim.
b) se o adjetivo estiver anteposto a nomes próprios de pessoas ou a títulos, deverá ir para o plural:
Muitos nos ensinaram os GRANDES Machado de Assis e José de Alencar.
Os AFORTUNADOS embaixador dos Estados Unidos e primeira-ministra de Israel escaparam do atentado.

II- CASOS ESPECIAIS 1. ANEXO - INCLUSO - LESO - MESMO - PRÓPRIO - QUITE – OBRIGADO –
Concordam com o substantivo a que se referem:
ANEXA à presente, enviamos a relação das mercadorias. / No processo de compra, não estavam ANEXOS os orçamentos. / Remeto a V.S.as., INCLUSA nesta pasta, uma fotocópia do recibo. / Remeto a V.S.as. o recibo INCLUSO nesta pasta. / Ajudar esses espiões seria crime de LESA-pátria. / Os alunos MESMOS organizaram o trabalho.
Eu PRÓPRIA conferi a carga, disse a secretária. / OBRIGADO, respondeu o chefe. / A esposa do chefe também não cansava de dizer OBRIGADA. / Estou QUITE com minhas dívidas. / Estamos QUITES com o serviço militar.

2. é PRECISO, é NECESSÁRIO, é BOM, é PROIBIDO
a) referindo-se a nomes sem elementos determinantes, essas expressões ficam invariáveis: É PRECISO força para trabalhar e estudar. / É NECESSÁRIO segurança para se viver bem. / É BOM plantação de erva-cidreira para afugentar formigas. É PROIBIDO entrada de pessoas estranhas.
b) com nomes acompanhados de elemento determinante, essas expressões concordam com ele em gênero e número: SERIAM PRECISOS vários bombeiros para deter o incêndio.
É NECESSÁRIA a tua compreensão. / É BOA a plantação de erva-cidreira para afugentar formigas. / É PROIBIDA a entrada de animais.

3. Só – SÓSa) Só= sozinho: concorda com a palavra a que se refere: Eles estão sós.
b) Só= somente, apenas : é invariável: Ele só falou bobagens.
c) A sós = sem companhia: é invariável: Eles ficaram a sós/ O casal ficará a sós.

4. BASTANTE(s)
a) bastante= advérbio de intensidade: é invariável
Ele ficou BASTANTE preocupado
b) bastante= pronome indefinido (=muitos)- flexiona-se
Naquela classe há BASTANTES rapazes.

5. MEIOa) meio= advérbio de intensidade: é invariável;
Ando MEIO distraída ultimamente.
b) meio= numeral (=metade): flexiona-se - É MEIO dia e MEIA. (meia hora)
Ele comeu meio bolo sozinho.

6. MENOS- ALERTA - PSEUDO - A OLHOS VISTOS -São sempre invariáveis.
Lúcia emagreceu A OLHOS VISTOS. / Na classe, há MENOS moças que rapazes.
Na porta dos bancos, os seguranças ficam ALERTA. /Trata-se de PSEUDO-especialistas.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Trovadorismo













Encontrei na net esta cruzadinha sobre o Trovadorismo, é um ótimo exercício para memorizar as características desse período.